Fundação Araucária avança para reduzir déficit de bolsas de mestrado e doutorado

Fundação Araucária avança para reduzir déficit de bolsas de mestrado e doutorado
Publicado em 24/06/2024 às 11:53

Uma das instituições que mais oferece bolsas de pesquisa em todos os níveis, desde a iniciação científica à pós-graduação, a Fundação Araucária tem trabalhado para avançar no número de bolsas concedidas. Em 2023 alcançou um recorde histórico com o total de 5.106 bolsas e agora prepara um edital para melhorar ainda mais o atendimento aos alunos da pós-graduação do Paraná.

Bárbara Luísa Fermino, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Comunitário pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), afirma que a bolsa de pesquisa concedida pela Fundação Araucária é um incentivo essencial, não apenas pelo suporte financeiro, mas de reconhecimento e valorização ao esforço do pesquisador incentivando-o na busca contínua pela inovação e excelência em qualquer área que ele pesquise.

“Este apoio acaba sendo vital para fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico, o que contribui para a promoção de descobertas que podem ter um impacto significativo na sociedade. A segurança proporcionada pela bolsa me permitiu focar integralmente nas minhas pesquisas garantindo que eu pudesse contribuir de maneira efetiva para o avanço da ciência e para o desenvolvimento do Paraná”, ressalta a pesquisadora.

Somente em 2023, a Fundação Araucária investiu cerca de R$ 36,5 milhões em bolsas de pesquisa. Deste total, R$ 9.283.600,00 foram para bolsistas da pós-graduação. O valor atual da bolsa de mestrado é de R$ 2.100,00, doutorado R$ 3.100,00 e bolsas de pós-doutorado R$ 5.500,00 mensais. O período varia de 12 a 48 meses dependendo da categoria e o programa ao qual é vinculado.

Aluna do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Juliana do Canto Olegário enfatiza que o apoio recebido com a bolsa concedida pela Fundação Araucária é um incentivo primordial para quem deseja prosseguir na área de pesquisa.

“Sem o apoio da bolsa, acredito que a participação de pesquisadores em formação e a contribuição para o avanço das iniciativas e descobertas científicas no estado e no país ficariam muito prejudicadas”, afirma.

A bióloga Maria José Pastre, pós-doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Biociências e Fisiopatologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) se dedica à pesquisa científica desde a graduação e conta que é muito difícil conciliar um trabalho fora da universidade e continuar atuando na ciência. “Principalmente na área de saúde e biológicas, que há uma dedicação o tempo todo em laboratório para as análises, é difícil conciliar com o trabalho fora da universidade porque o empregador não entende a intensidade dos estudos. Conheço muitos pesquisadores que não conseguiram se manter na pesquisa por falta deste tipo de apoio financeiro”, diz a cientista.

CENÁRIO DA PÓS-GRADUAÇÃO – Um levantamento do Conselho Paranaense de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (CPPG) mostra que dos 24.310 alunos de mestrado e doutorado das 16 instituições de ensino superior filiadas ao CPPG, apenas 7.528 recebem bolsas de pesquisa de alguma instituição de fomento.

O Conselho é formado pelas sete universidades estaduais, cinco federais e quatro privadas. Juntas elas contam com 412 programas de pós-graduação. Segundo dados do Conselho, dos 15.212 alunos de mestrado, 3.828 recebem bolsas e 11.184 não recebem, o que corresponde a 74,5%. Dos 9.098 doutorandos, 3.700 recebem bolsas e 5.398 não recebem, o que corresponde a 59,33%.

O estudo sobre o cenário atual de bolsistas de pesquisa no Paraná foi solicitado pela Fundação Araucária ao Conselho no início deste ano. O levantamento foi apresentado ao Conselho Superior da Fundação Araucária que deliberou pela elaboração de um edital específico para bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Trabalho que está sendo realizado por uma comissão formada por várias instituições entre elas a Seti, Fundação Araucária e CPPG.

“Acreditamos que esta é uma das maneiras de conseguir diminuir esta grande diferença que há entre o número de alunos matriculados e o número de alunos bolsistas nos programas de pós-graduação do Paraná”, disse o presidente do CPPG, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Mauro Ravagnani.

O presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, falou da importância do investimento na pós-graduação para o avanço da ciência no Paraná. “Nossa intenção é, cada vez mais, evoluirmos no investimento na pós-graduação. Além de valorizar o pesquisador paranaense, reflete diretamente no desenvolvimento científico e socioeconômico do Paraná. Felizmente, vivemos o melhor momento para a ciência do Estado com o maior orçamento destinado à ciência e tecnologia pelo governo estadual”, afirma.

A chamada pública será lançada em breve e deve minimizar o déficit de bolsas de mestrado e doutorado no estado.